SINAIS

Gosto tanto dos teus sinais. Os meus dedos desenham conjuros nas tuas costas. Há nos teus sinais algo de sobrenatural. Uma convocação da divindade. A sua desordem promete algo. Cheira a mar.

A pele branca das tuas costas. O sorriso escondido por entre as almofadas.
Esperas passivamente o meu toque. O cerimonial das minhas mãos.

Viras-te para mim. Tens um nariz egípcio.
E conduzes-me.

Depois, repousamos em desordem por entre os lençóis enrolados. Abandonados como conchas à beira-mar: vazias. Lascadas e polidas pelas ondas. Maceradas, umas de encontro às outras, até se transformarem novamente em areia.

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