REPETIR, REPETIR
Há, é claro, alguma
beleza na escolha dos limões.
Na forma como o vento
agita a roupa no estendal.
Na suspensão
imaterial das tardes de domingo.
Nas pilhas de pratos
brancos alinhadas no armário.
No cheiro a vento da
roupa acabada de apanhar.
No rumor familiar e
indefinido dos talheres à refeição.
Na condensação no
espelho da casa de banho.
Na imobilidade
aprumada dos livros na estante.
Na primeira pétala
caída aos pés da jarra.
Mas eu, eu não reparo
nessas coisa.
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