FESTA
A vida é uma festa a que chego sempre atrasada
Não para que me notem ou aguardem
Mas porque não gosto das pilhas de pratos polidos
Das sobremesas por encetar
Dos copos engastados e das garrafas por abrir
Os bolos esventrados, as facas por lamber
Os copos tintos com dono incerto
A alegria do esbanjamento
As barrigas cheias e as bochechas infladas
Por oposição à polida acumulação
A alegre modorra de quem tudo dissipou
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