INVERNO
Uma modorra de fino grão
Toda gotículas e suspensão
Polvilho translucido
Agarrado a recortes e luminescências
Coagulando olhos
Estreitando tudo
Numa proximidade incómoda.
Tão longe do fogo do verão
Da língua dos búzios
Do grude dos corpos.
Lambendo tudo
Mastigando
Para depois cuspir
Uma papa informe
Húmida e friorenta.
Tão longe do bafo seco
Da terra desconjuntada e cozida
Da luz intransigente
Do estio universal.
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