EUCARISTIA
Quando nos despimos
E encenamos uma pequena morte
Comungando num rito de doces sevícias
E a pele, que não deixámos nas roupas caídas
Concede permeabilidades perdidas
Poderíamos morrer na urgência de nos rasgarmos
Em fátua e delinquente rutura
Derramando-nos a favor da corrente
Num rio que também se extingue
Não recusamos nada ao desejo
Numa alimentação boca a boca
Sibilando mantras de sangue e saliva
Orações requebradas de almuadem
Ecoando em ruas estreitas e esquinas de quartos
Celebrando pactos para o fim do mundo
Cavando fundo uma terna derrota
Em dádivas soporativas, contaminação eucarística
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