NÃO, AMANHÃ TENHO DE IR À PRAIA!
A
minha filha é pequena
E tem medo do vento.
Desenha monstros saco
Com dentes amarelos
Que comem portas.
Tem medo de insetos
E do seu
Voo
Hesitante.
Perante a ameaça
De uma abelha
Proclama: não quero morrer,
Amanhã tenho de ir à praia!
Não posso deixar de pensar
Que a miúda tem veia poética.
Ignora obviamente a sua condição.
Requisito prévio
Para
Ser
Original.
Mas os ignorantes somos nós:
Que tomamos como certa a moderação do vento.
Julgamos natural a hesitação de um inseto.
Inverosímil a morte.
E uma ida à praia não nos parece
Suficiente
Como argumento.
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