MÃO ESQUERDA


Se a tua mão esquerda não gostasse de ti
E te deitasses, por mero ensaio, em cima dela
Até que a dormência a sossegasse
Adormecendo o instinto, acordarias por suspeita?
Embora confiasses numa amputação
Não podes separar-te do mal
Não o podes arredar ou suportar
É uma mão que não te obedece
Por castigo, dói-te agora o braço
Como agulhas, os nervos acordam
O torpor dissipa-se, mas o braço
Aliou-se à mão esquerda
E conspira também contra ti
Com a paciência de um ourives

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