RELÓGIO
O relógio da sala para perante os seus olhos
São duas e treze da madrugada
Sente-se aterrado pela sua interrupção
E continua a olhá-lo insistentemente
Como quem escortina um canto escuro da casa
É agora necessário um esforço consciente
Para que o tempo avance
Mesmo depois de desviar o olhar
A presença do relógio parado
Torna-se opressiva
Ocorre-lhe
Que deveria fazer qualquer coisa
Mas não consegue mais do que ficar parado
Olhando aturadamente para os ponteiros quietos
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